Hibernação

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O que não morre
                              Nem diminui
                                                     Nem aumenta

Adormece
                   Oculto

                                Latente.

Música do dia...

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Adeus você
Eu hoje vou pro lado de lá
Eu tô levando tudo de mim
Que é pra não ter razão pra chorar
Vê se te alimenta
E não pensa que eu fui por não te amar
Cuida do teu
Pra que ninguém te jogue no chão
Procure dividir-se em alguém
Procure-me em qualquer confusão
Levanta e te sustenta
E não pensa que eu fui por não te amar
Quero ver você maior, meu bem
Pra que minha vida siga adiante
Adeus você
Não venha mais me negacear
Teu choro não me faz desistir
Teu riso não me faz reclinar
Acalma essa tormenta
E se agüenta, que eu vou pro meu lugar
É bom...
Às vezes se perder
Sem ter porque
Sem ter razão
É um dom...
Saber envaidecer
Por si
Saber mudar de tom
Quero não saber de cor, também
Pra que minha vida siga adiante


Canção do Hermano, o cara da menina que está ficando velha e louca.

Denuncia

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Três mil vezes te neguei

Antes do sol se por

No leito cinzento e gelatinoso

Do meu ego estabanado.

 

Agora, calado

Meu penar

De barba espaça

Nem disfarça:

 

                         Delata.

Minuto 2...

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"...Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar..."


Dr. Seixas, discente da Egrégia FDUFBa, divagando sobre a morte.

Minuto...

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"...Ana e o mar... mar e Ana
Todo sopro que apaga uma chama
Reacende o que for pra ficar..."

Fernando Anitelli, Mágico de uma tal Teatro...

Música do dia...

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Paralelas


"Dentro do carro
Sobre o trevo
A cem por hora, ó meu amor
Só tens agora os carinhos do motor
E no escritório em que eu trabalho
e fico rico, quanto mais eu multiplico
Diminui o meu amor
Em cada luz de mercúrio
vejo a luz do teu olhar
Passas praças, viadutos
Nem te lembras de voltar, de voltar, de voltar
No Corcovado, quem abre os braços sou eu
Copacabana, esta semana, o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel, o que é paixão
E as paralelas dos pneus n'água das ruas
São duas estradas nuas
Em que foges do que é teu
No apartamento, oitavo andar
Abro a vidraça e grito, grito quando o carro passa
Teu infinito sou eu, sou eu, sou eu, sou eu"

Meu Brother Bel... (que não é o vocalista do Chiclete).

 


Ponto Fraco

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Nesses dias que não me cabem, já não posso contar com sua compreensão. Digo isso não por omissão sua ou negativa. É questão de opção e de honestidade (minha).Confesso, sem qualquer balbucia, que honestidade, nesses casos, é tatuagem em forma de alvo sobre o calcanhar de Aquiles. Sigo, então, a esperar o dardo certeiro que apresentará minha face ao chão. Receio a aspereza da tez do solo que me ampara. Mas já é hora de se despir do manto ímprobo, que protege, de maneira capciosa, minhas costas tão temerárias. Devo tal comportamento não a você, pois continuo egoísta. Assim procederei apenas por mim, para aliviar o peso que sobrecarrega meu travesseiro durante as noites geladas que, às vezes, a rara solidão cuida em me apresentar. De olhos fechados, meço a extensão da sua bondade de ocasião, que acredito até ir além desse aconchego semestral. E então por isso, prezo-te por me prezar, mas, querida, entendendo ou não, já nem quero que me compreenda. Seja, sem desvios, a imagem que o seu espelho polido reflete, só para eu poder ser eu sem me preocupar com mais nada. Sem me omitir em seus dias, expurgando-me e expurgando-te. Isso porque já não desejo nos negacear por conta dos caprichos de minha vaidade varonil, maliciosa e concupiscente.

Sete

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A sete passos do seu sossego,
Rezo sete Ave Marias,
Em sete terços
Iluminados por velas de sete dias.

Com olhar astuto, miro os sete lados
E vejo os seus sete cantos.
Repreendo sete vezes
E repilo o Sete Peles

E por sete vezes grito o seu nome.
Saliva por saliva,
As suas sete letras em minha garganta.

Sinto o gosto de suas sete partes
E sete vezes, sinto o seu cheiro.

Em sete dias
O seu todo refazendo a criação.
E em sete horas, as sete maravilhas
Reluzindo a sua melhor face,
Sepultando, a sete palmos, a desarmonia.

E aos sete céus, agradeço as suas sete vidas
Sua presença em minhas sete capas
Apaziguando as minhas sete tormentas,
Acalentando minhas sete faces.

Domando em um só tempo,
Por todas as vias,
As minhas sete feras.

Ele e A Porta

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Ele parou de sangrar e sentou-se, ainda ofegante, ao lado da porta. Aquela mesma porta que outrora reluziu como novo caminho. Agora, pela parte interna, ela, fechada, barrava-lhe qualquer esperança. Era branca a sua cor, a porta. Opaca, agora intransponível, ela - a porta. Já não havia cor, ele. Parou de sangrar por falta de conteúdo sangue, que se esgotava. Ele – recipiente - vaso vazio a beira da porta, ela. Rígida, maçaneta – égide, sem entradas, porque internamente fechada, ela - a porta – sem chaves. Barrava-lhe o acesso, bloqueava-lhe a luz, ali sentado, sem mais sangrar - ele e a porta.

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Deitei ao seu lado, segurei a sua mão e disse com a cara mais lavada:
- Não cobrarei de você poesias no café da manhã. Fica comigo essa noite e não dorme. Prometo a felicidade que nunca causei a alguém, e, na verdade, nem sei se ela existe, mas... Vamos descobrir juntos?
Você sorriu descrente (minha mentira mais perfeita não convence nem a mim mesmo), mesmo assim, apertou minha mão forte. Pediu um gole d’água, um contraste com minha embriaguez sacana. (Quando bebo as palavras ficam mais soltas, e não aceito que diga que me revisto de todo egoísmo!). Mas você disse mesmo assim.
– Então, tá, disse eu (fui egoísta?). Bebi mais um gole do whisky, confesso que estava aguado...
– E aí, qual é o próximo passo? – perguntou você.
Eu já não disse mais nada... fingi ter fraca memória e raciocínio lento, só por malícia, pois lembranças, sarcasmos e sabedoria não nos eram convenientes naquela hora...
Minha mão não mais nas suas, você sorriu o sorriso do sim. Olhou com os olhos de pressa. (demora não, - nem precisou dizer)...
- Apaga a luz, se você quiser, disse você.
Eu não apaguei (lógico). Sou devoto de São Tomé e nunca vou à igreja.
- Quero você é de luz alta, disse com meio sorriso e com toda maldade...



"Você sorriu, mas não um meio sorriso igual ao meu. Sorriu com aquele ar de autoconfiança que me fez estremecer. Abriu os braços, num gesto de aprovação.
Não tive mais dúvidas. Joguei meu corpo sobre o seu. Beijei seus lábios ternamente.
Senti teu coração palpitar. Nosso respirar era compassado. Você me afagava de um modo acalentador.
Por uma fração de segundos, tive a impressão de que acontecia algo diferente. Fiquei consternado... Nos seus olhos vi vorazes desejos.
Não sei bem se fui eu que te possui ou se foi você quem me possuiu. Mas naqueles momentos, fomos um do outro. Fomos só eu e você num intervalo que pareceu durar toda uma noite.
Não conseguíamos mais dizer nada. Nem era preciso. Nossas mentes, nossos corpos estavam em total sintonia.
Você começou a murmurar palavras ao meu ouvido. Não sei o que elas queriam dizer, mas me fizeram mais seguro, mais forte, mais, mais, mais... tudo...
Ao final de tudo, nossos corpos se emparelharam num suspirar ofegante.
Te olhei. Você sorria. Essa visão me satisfez.
Procurei meu copo, mas não encontrei.
Desfaleci...
Ao acordar, sobrara apenas seu perfume pelo ar...
Mas cadê você?? Não pode ter ido embora assim!!
Achei apenas seu telefone anotado num cantinho da minha agenda..."

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Ando tão longe dos que me querem bem...
Tão distante, procurando respostas que sempre tive.
Procurando esfriar gelos já feitos
...
Esqueci-me do calor que me proporcionam
...
Mundo capital, me decapitando aos poucos.
Limitando-me, me torturando.
Trazendo sorrisos que não quero ter...
Existem coisas que agente não deveria saber
Não deveriam vir à tona.

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Vivi grande partes de minha vida...
Em nenhuma delas, eu creio fielmente,
Nunca obtive tantas certezas quanto à que obtive ao teu lado
Não sou mais o mesmo ser q canta nas janelas,
Que escreve poemas lindos
Sei que meus verbos mudaram, sei que meu tempo mudou...
Ando cansado,
De varias outras coisas que não incluem seu ser...
E você, por estar em mim acaba sendo ferida...
Perdoe-me, por não alimentar os sonhos que lhe mostrei
Por não ser as coisas que você ouviu dizer
E que esperava que eu fosse....
... me perdoe.
São tempos estranhos...
Onde meu romantismo tolo não cabe mais
Não brilha mais os olhos
Onde a próxima frase é menos composta e formulada que a anterior...
Perdoe-me.
O verbo que há agora em mim, é muito mais concreto!

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Para vocês que acreditam em amor

Na felicidade na compaixão

Em papai Noel, e coelho da páscoa....

Venho através deste Le dizer uma coisa:

Estão todos “fudidos”....

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Na escuridão

Tudo o que não se esvai

É a tua presença.


Tu és o desenho que se firma

Na parte interna de minhas pálpebras.


És o calor que atiça

A vontade imensa

De que haja luz.


A mecânica do meu corpo

Quer se mover ao teu embate.


Colidir-se e fundir-se ao teu ser.


Mas a razão que emperra a alma,

Também enrijece a máquina.


Insiste em manter apagadas as luzes.


Assim, tu és o frio que arrepia o dorso,

És a linha que traceja a madrugada,

És a presença opaca e disforme.

Final Imperfeito

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Um peso contínuo atravanca o próximo passo.

Amarra pelas pernas o imediato caminho.


É quando a vida acaba.


Já não há outra rua.

Barreiras intransponíveis verticalmente solidificam-se.

É o túmulo sufoco que furta o ar.


Quieta a língua no seu cais-abandono

Jazem na boca seca as falas esquecidas.


É o final dos dias.


É gélido o torpor paralítico que avança o peito.

Calcifica o sangue entupindo as veias.

É a morte singela que acalma o sentido,

Transcrevendo as velhas histórias

Para os novos livros.

A Poesia e O Papel

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O mundo a dar voltas


E eu, que de tanto evitar,


Deparo-me ante a tua pálida face.




Estamos cá, nós dois,


Íngremes, reapresentados


Pelo teor desta alta madrugada.




A fuga incapaz


Delata as nossas necessidades.



Lanço teu corpo límpido sobre a cama.




E, vencido pela tara,


Entrego-me a altivez das minhas cismas,


Que logo serão nossas,


Embevecidas pelos cânticos singelos


Desta muda madrugada.




Do reencontro,


O parto febril desaloja o engasgo


Após o espólio do meu âmago


Unir-se as suas entranhas.




Ultrapassa a esfera do desejo,


Para nascer do necessário, filha minha, filha nossa.




Pois, nem sempre há como impedir...


E depois de nos valer de tantos abortos


Por culpas exclusivas minhas,


Por fingir-me tantas vezes saciado,


Nós a concebemos


Distintas das outras que feneceram


E que há muito jazem no sepulcro dos meus esquecimentos.




Venha à vida e cuide em denunciar-me


Como um espelho.


Remeta as minhas notícias


Ao tribunal implacável de minhas memórias.




Nossa filha,


Fruto do nosso reencontro,


Aparta-te de mim:


Prematura, imperfeita e sem fim.





EU CHUVA

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Ontem chovi uma tempestade.

Estraguei tudo

Estraguei todos

Chovi tanto até que a areia de minha pele

Virasse lama, mangue morto.

Lamaçal!

Entulhos e mais entulhos

Espalhados pelo chão do meu quarto,

Pelas paredes de minha face,

Pelos poucos pêlos de meu peito.

Chovi muito

Chovi demais

Assim percebi de quantos metros cúbicos

Eu me faço tempestade,

Temporal.

Elias Heider de Carvalho Cardoso.

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Preciso de uma casa vazia para enchê-la de mim...

pra descontrair e animar o blog... ta tudo com cara de muito serio aqui...

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Meme

Meme é o nome dado a menor unidade de informação do cérebro (gene de memória: meme).

Também é usado para definir uma informação que se autopropaga de cerébro em cerébro através de diversos meios de informação (blogs por exemplo).

Seguindo a lógica do "meme", vou propagar 6 coisas minhas a galera do blog vão continuar essa a reverberação.

Por mais que se pareça uma simples corrente, achei essa divertida.

As 6 coisas:

1- Vivo na net compulsivamente. Já tentei de quase tudo pra parar mas nada adianta.

2- O objetivo da minha vida (além de dominar o mundo, é claro) é ser adotado por Leila, (rsrsrs, Meu amor, meu docinho, eu te amo.)

3- Antes de morrer faço minha tatuagem.

4- Deveria mentir mais. Faria as pessoas mais felizes.

5- Inutilidades de uma maneira geal são encantadoras para mim, de informações à pessoas. É cativante a falta de função.

6- Adoro ouvir musica, sem musica eu fico muito triste.



Pronto, agora é com voces do blog...

é de "bom dia" que faço minha madrugada

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Sou cheiro de fevereiro de dentro pra fora. Embaixo da pele. Entre as camadas de um ser que sou eu, mas não conheço.

Porque é matemático, físico, cientificamente exato. É calculadamente surreal. Eu sou todo labirintos e portas. Ele é meu fio e chaves infinitas. Sinteticidade: o meu jardim secreto. É a suavidade nos detalhes, a sutileza das impossibilidades e a intensidade na vontade que me encantam incomensuravelmente.

Eu, completamente entregue, apaixonadamente submisso. Eu: dele. Por todo o tempo do mundo, ou pelos cinco minutos que equivalem a isso. E é de eternidade efêmera que construo essa equação, que não vale nada, mas tende ao infinito.

 

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